Após ouvir depoimentos de testemunhas de defesa e acusação, além de coletar e periciar vídeos e áudios, a Polícia Civil marcou para o dia 19 de julho o interrogatório do médico obstetra Renato Kalil sobre a denúncia por violência obstétrica contra a influencer Shantal Verdelho. É a primeira vez que Kalil será ouvido formalmente pela polícia sobre o ocorrido.
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Os abusos, segundo a denúncia, ocorreram durante o parto da filha dela em setembro do ano passado, no Hospital São Luiz da Zona Sul da cidade de São Paulo. A assessoria de imprensa do obstetra informou que ele só irá se posicionar depois do depoimento. Em nota, Kalil afirmou que o parto de Shantal ocorreu “sem qualquer intercorrência”, que está “à disposição da Justiça” e que “está confiante de que, ao final de todo o processo, sua inocência será provada”.
Ao todo, 23 testemunhas de acusação foram ouvidas na fase de inquérito policial. Entre elas estão funcionárias da equipe de Kalil e ex-pacientes. Foi apurado que os depoimentos indicaram a prática de violência obstétrica durante consultas e partos realizados pelo obstetra, além de outros crimes – como assédio sexual e importunação sexual.
A investigação policial também solicitou perícia do vídeo gravado por uma câmera do marido de Shantal durante o parto e um exame para constatar se houve lesão corporal contra a paciente por causa de alguma prática ilegal no procedimento. O interrogatório de Kalil deve ser o último depoimento antes da conclusão do inquérito.
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Como a violência obstétrica não é tipificada como infração penal, a Polícia Civil pode relatar o inquérito por lesão corporal e violência psicológica, por exemplo, e oferecer denúncia ao Ministério Público (MP-SP). Procurada, a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) não deu detalhes da investigação porque o inquérito “tramita em segredo de Justiça”.
Caberá ao MP-SP decidir se irá oferecer denúncia à Justiça e por quais crimes, ou se pedirá mais diligências e/ou depoimentos à polícia. A Promotoria de Violência Doméstica do Foro Central da capital paulista acompanha o caso desde a abertura do inquérito no 27º Distrito Policial de São Paulo e também instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para ouvir as vítimas.
Além disso, há uma ação penal privada em andamento por difamação e injúria, resultado de uma queixa-crime apresentada pelo advogado de Shantal Verdelho, Sergei Cobra Arbex. Uma audiência está marcada para o mês de setembro.