Liziane Gutierrez, de 35 anos, participante de A Fazenda 13, disse durante uma conversa no reality show que foi vítima de uma harmonização facial malsucedida por causa do excesso de produto aplicado em seu rosto.
“Tive rejeição. Eu cortei minha boca inteira. [Deu errado] por excesso. Tem laudo médico que eu uso no processo. Assim, eu não sei até quanto pode colocar, a pessoa que está fazendo o procedimento tem que saber. Quando começou a dar o problema, falou que é alergia, alergia, alergia e eu fiquei monstruosa. Foi horrível”, afirmou a modelo e influenciadora digital.
Casos como esse podem ocorrer quando o procedimento estético envolve preenchimento com ácido hialurônico ou PMMA (polimetilmetacrilato), uma substância plástica similar ao acrílico, de acordo com a cirurgiã-dentista Andrea Tedesco, referência em harmonização orofacial e professora-adjunta de clínica integrada da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
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“Às vezes, o profissional coloca muito material para inflar o rosto. É como se você estivesse enchendo um balão”, compara.
Segundo ela, no intervalo de sete a 15 dias após fazer o preenchimento, é normal que a pessoa tenha sintomas causados pela resposta inflamatória do organismo ao procedimento. “Pode ter inchaço, mancha roxa e vermelhidão”, detalha.
Reversão não é total e exige cirurgia
A especialista explica que para reverter uma harmonização facial feita com polimetilmetacrilato é necessário fazer uma cirurgia. “Não é um processo simples e, mesmo assim, é impossível removê-lo totalmente. Eu, por exemplo, não uso e não indico PMMA”, destaca. Em vídeo divulgado por sua assessoria de imprensa, Liziane conta que operou para retirar os produtos, mas não informa o nome deles.
Quando o produto utilizado é o ácido hialurônico, a reversão total costuma ser possível. Foi o que fez o cantor Lucas Lucco. “A gente reverte com uma enzima que chama hialuronidase. É um procedimento tranquilo e não é doloroso”, disse a dentista e especialista em harmonização orofacial Andressa Castro, em entrevista ao R7
Tratamento deve ser individual
Andrea afirma que a quantidade de produto adequada para uma harmonização facial varia conforme o rosto de cada paciente. “É preciso avaliar individualmente as necessidades, e não fazer um protocolo único”, enfatiza.
A cirurgiã-dentista acrescenta que não existe nenhum material usado na harmonização facial que possa ser aplicado em todas as pessoas. “Nem mesmo o botox [que age paralisando o músculo a fim de evitar rugas], se você tem um paciente muito idoso, que precisa levantar a testa para conseguir enxergar, você não pode paralisar a musculatura”, exemplifica.
O conselho de Andrea para a garantia do sucesso na hora de fazer uma harmonização é procurar um profissional capacitado para realizá-la. “Não ir pelo preço [do serviço], procurar a formação desse profissional e perguntar para as pessoas [que ele tratou] o histórico dele. Não confiar em imagens de antes e depois, pois elas podem ser manipuladas”, recomenda.
Fonte: R7