De acordo com o site G1, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu uma investigação sobre a deputada Bruna Furlan (PSDB-SP) por suposto envolvimento num esquema de compra de votos na cidade de Cajamar (SP).
O inquérito foi pedido pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em fevereiro deste ano, e autorizado pelo ministro no último dia 12.
Procurada, a assessoria de Bruna divulgou nota (leia a íntegra mais abaixo) na qual afirmou que a deputada prestará os esclarecimentos à Corte e comprovará a “lisura de sua conduta durante o processo eleitoral, haja vista que em sua vida pública jamais compactuou com quaisquer práticas ilícitas.”
O nome da deputada apareceu em duas tabelas apreendidas pela polícia com nome e telefone de dezenas de pessoas, denominadas “Reunião Bruna Furlan e Luiz Fernando”.
O material foi colhido em outra investigação que tinha como alvos o vereador Geraldo Aparecido Lacerda Ferreira (PSDB-SP), conhecido como Cidão; e seu suplente Ronaldo Alves Pinto, eleitos em 2016.
Um adversário político dos dois denunciou um esquema pelo qual eram pagos R$ 50 por voto, que contaria ainda com a suposta participação do ex-prefeito de Cajamar, Daniel Fonseca (PSDB-SP), que teve o mandato cassado em 2015.
Também foram obtidos registros de conversas de Cidão no WhatsApp que comprovariam a existência do esquema.
Além de corrupção eleitoral, Bruna Furlan será investigada por suposta participação em organização criminosa. Ao autorizar o inquérito, o ministro Ricardo Lewandowski determinou a tomada de depoimento da deputada e dos demais suspeitos.
“À primeira vista, os fatos narrados na manifestação do Parquet [Ministério Público] podem constituir ilícitos penais, devendo-se salientar que, embora de forma ainda embrionária, os autos possuem elementos probatórios aptos a embasar o início das investigações”, escreveu no despacho.
Leia abaixo a íntegra da nota da deputada:
Nota de esclarecimento:
A Deputada Federal Bruna Furlan esclarece que tomou conhecimento na data de hoje, por meio da imprensa, sobre a existência de investigação promovida pelo Ministério Público Federal.
Contudo, informa que não teve até o momento acesso ao conteúdo da mencionada investigação e irá se manifestar tão logo tenha ciência da mesma.
De toda forma, a Deputada Federal Bruna Furlan entende que com a abertura do inquérito determinada pelo STF terá a oportunidade de prestar esclarecimentos e comprovar a lisura de sua conduta durante o processo eleitoral, haja vista que em sua vida pública jamais compactuou com quaisquer práticas ilícitas.